Zelensky nos Países Baixos para debater "apoio inabalável" e reconstrução da Ucrânia

Depois das negociações em Berlim com os Estados Unidos e os aliados, o presidente ucraniano está nos Países Baixos para participar numa cimeira organizada pelo Conselho da Europa sobre a reconstrução da Ucrânia.

Inês Moreira Santos - RTP /
Liesa Johannssen - Reuters

Volodymyr Zelensky encontra-se esta terça-feira com o rei Willem-Alexander e o primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoof, um dia depois de Donald Trump ter garantido que a paz no território ucraniano está mais perto de ser alcançada.

Na agenda de Zelensky prevê-se um discurso perante a Câmara dos Representantes e do Senado do Parlamento holandês e a participação na Conferencia Diplomática de Alto Nível.

Segundo um comunicado oficial, o líder ucraniano terá uma reunião na residência oficial Catshuis com o chefe de governo, assim como com o ministro da Defesa e o ministro holandês dos Negócios Estrangeiros, para discutir iniciativas de paz e o "apoio inabalável dos Países Baixos à Ucrânia”.

Após este encontro, Zelensky será recebido pelo rei no Palácio Huis ten Bosch.
Jornal da Tarde | 16 de dezembro de 2025

Esta visita do presidente da Ucrânia ocorre após uma ronda de conversas diplomáticas de alto nível em Berlim, com os negociadores ucranianos e norte-americanos. Na segunda-feira à noite, o enviado especial de Donald Trump, Steve Witkoff, garantiu que quase todas as questões do plano de paz, proposto por Washington, foram acordadas.

Também o presidente dos Estados Unidos confirmou que está mais perto de ser possível alcançar a paz para a Ucrânia.

"Acho que estamos agora mais próximos do que nunca", disse Trump, durante um evento na Casa Branca, após encontros em Berlim entre enviados norte-americanos e o presidente ucraniano.

O líder norte-americano disse ainda que teve "uma conversa muito boa" com líderes europeus, insistindo que tem um "enorme apoio" de aliados na Europa: "Eles também querem que esta guerra chegue ao fim".

"Neste momento, a Rússia quer que [a guerra] acabe, mas o problema é que por vezes querem e outras vezes não, e o mesmo se aplica à Ucrânia. Por isso, temos de os fazer concordar. Mas penso que as negociações estão a decorrer muito bem", afirmou.
UE pronta para liderar “força multinacional” na Ucrânia
Os líderes europeus mostraram-se prontos para liderar uma “força multinacional” na Ucrânia, como parte de uma proposta norte-americana para um acordo de paz com a Rússia.

Em comunicado, os líderes do Reino Unido, França, Alemanha e outros oito países europeus afirmaram que tropas de uma “coligação de voluntários”, com apoio dos EUA, poderiam “auxiliar na regeneração das forças ucranianas, na segurança do espaço aéreo ucraniano e no apoio a mares mais seguros, inclusive por meio de operações dentro da Ucrânia”

Contudo, Paris reiterou a exigência de "garantias de segurança robustas" para Kiev antes de abordar a questão dos territórios ucranianos cuja cedência está a ser exigida por Moscovo.

"Queremos garantias de segurança robustas, antes de qualquer discussão sobre os territórios", declarou fonte próxima ao presidente francês, citada pela AFP. "Avançámos na questão das garantias, com base no trabalho desenvolvido pela Coligação dos Dispostos, graças a um esclarecimento dos termos do apoio americano".

A questão da conceção de territórios continua a ser a mais difícil de ultrapassar para fechar o acordo de paz. A Rússia não está disposta a fazer concessões territoriais, confirmou já esta terça-feira o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Ryabkov.
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